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Piscina em casa: entenda quais cuidados tomar e como evitar acidentes

Piscina em casa: entenda quais cuidados tomar e como evitar acidentes

Imagem de cookie_studio no Freepik

 

Apesar de proporcionar momentos divertidos para os moradores, a piscina é uma estrutura que demanda muito cuidado na hora do projeto, uma vez que escolhas inadequadas podem contribuir para a ocorrência de acidentes.

"Ao projetarmos uma piscina é muito importante se ater às questões de segurança, a começar pela Norma Brasileira de segurança, a ABNT NBR 10339:2018, que estabelece os requisitos quanto à forma e aos critérios pelos quais devem ser projetados e construídas as piscinas", diz Mariana Leal, arquiteta e proprietária do escritório Morada3112.

Ela acrescenta que fatores como dimensões, tipos de materiais, sistemas de aquecimento, recirculação e tratamento da água, também precisam ser observados com cautela.

 

O que considerar em um projeto de piscina?

Após estabelecer a vontade de ter uma piscina em casa, o morador precisa avaliar, junto ao arquiteto, algumas questões. "Primeiro, precisamos analisar o local onde a piscina será instalada, o tipo de solo e terreno, para entender qual seria o material ideal para ela – um tanque de concreto ou fibra de vidro – e o seu formato", explica a arquiteta Isabella Nalon.

Segundo a profissional, muitos fatores interferem na escolha final: se será uma piscina maior ou menor, se o morador deseja apenas molhar o corpo ou se é uma piscina para nadar, etc. "Também analisamos onde ficará a casa de máquinas, porque há todo um sistema de filtração, se terá aquecimento de água, onde ficará o trocador de calor, qual é a iluminação correta e mais", completa a arquiteta.

 

Materiais ideais

Para a área da piscina, que estará sempre úmida, Mariana orienta sempre usar materiais antiderrapantes e que tenham como especificação técnica a possibilidade de uso em áreas molhadas. "As bordas especialmente devem ter essa característica evidente, o que evita quedas e acidentes", diz.

Segundo Isabela, também é importante optar por materiais atérmicos para o piso não absorver calor e não causar queimadura nos pés. "Em um dia de muita exposição ao sol, esse piso pode ficar muito quente e queimar o pé. Então, escolha um revestimento antiderrapante para impedir quedas e atérmico para evitar acidentes", explica.

Ela diz que gosta de trabalhar com pedras naturais, já que são naturalmente antiderrapantes, como a pedra São Tomé. Outra opção é algum porcelanato antiderrapante, como os cimentícios atérmicos. "Já o material que reveste a piscina não precisa ser atérmico, mas deve ser um piso de fácil manutenção", completa a arquiteta.

 

Dimensões

Quanto às dimensões da piscina, as possibilidades são várias. Contudo, Mariana explica que, em geral, 1,50 m de profundidade é o suficiente para nado simples, já que os braços e a parte do tronco ficam fora da água. "O polo aquático e o mergulho, por outro lado, requerem uma profundidade mínima de 1,80 m. Entretanto, para competições, a piscina deve ter de 2 m a 3 m de profundidade", diz.

Isabela, por sua vez, sempre sugere um mínimo de 2,5 m de largura, enquanto o comprimento varia conforme o espaço disponível.

"Eu acho que o mínimo de comprimento deve ser por volta dos 3,5 m. Mas se o morador quiser dar algumas braçadas, já partimos para um mínimo de 10 m, podendo chegar até 20 m de comprimento para 2,5 m de largura", diz.

Se a área externa da casa for pequena, ela sugere usar uma piscina redonda, em L ou um ofurô, quando não se dá para instalar uma piscina. "Já quanto à profundidade, eu gosto de trabalhar entre 1,30 m e 1,40 m. Com 1,40 m de profundidade, a água fica na altura dos ombros e permite que um adulto apoie os braços na borda", comenta.

Se a ideia é usar a piscina para mergulhos, a arquiteta sugere aumentar essa profundidade para acima de 1,80 m: "Neste caso, eu faria a piscina mais funda em uma extremidade para permitir o mergulho e menos profunda na outra. Mas isso deve estar muito claro para a pessoa não arriscar pular na borda mais rasa", diz.

 

Demais estruturas

Definidas as dimensões, os materiais, a localização e o formato da piscina, é importante considerar a área de circulação em volta do tanque. "É preciso pensar, por exemplo, se a piscina terá um deque com espreguiçadeiras ao redor ou uma mesa com cadeiras, porque precisamos considerar o espaço de ocupação e o de circulação", diz Isabela.

Um bom projeto, segundo ela, garante que a área da piscina esteja bem resolvida e distribuída, assegurando que cada atividade tenha o seu espaço necessário.

"A iluminação também deve ser pensada no momento do projeto, porque na execução já temos que considerar toda a instalação elétrica. Deixar para fazer depois não é uma boa ideia, já que há impactos na impermeabilização, por exemplo", explica a arquiteta.

Ela orienta que o projeto luminotécnico use peças apropriadas para piscina, que sejam resistentes e impermeáveis.

Isabela informa, ainda, que outro fator importante nesse tipo de projeto é em relação à manutenção, que inclui o sistema de filtração e ralos. "Atualmente, existe um sistema de proteção na sucção que evita o cabelo ou as partes do corpo ficarem presos no momento da filtração. Isso é lei, porque no passado já ocorreram acidentes trágicos devido a problemas com a filtragem", explica.

Por fim, Mariana defende que é interessante inserir escadas de acesso removíveis na piscina. "No dia a dia, elas facilitam o uso por pessoas idosas e crianças. Também se deve usar capas protetoras quando a piscina não estiver em uso, o que pode ser um fator a mais na segurança", diz.

 

Fonte: revistacasaejardim.globo.com

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