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5 erros que (quase) todo mundo comete com seus dados pessoais

5 erros que (quase) todo mundo comete com seus dados pessoais

Imagem de rawpixel.com no Freepik

 

A prática de compartilhar o CPF para abocanhar descontos se tornou quase um ritual em idas às compras. Em farmácias, mercados e outros tipos de comércio, o número do documento é o primeiro dado que o vendedor solicita antes mesmo de informar o preço do produto. Mas o que parece ser apenas uma chave mágica para ofertas exclusivas, pode, na verdade, abrir portas para uma série de riscos.

A advogada Maria Heloísa Chiaverini de Melo, especialista em Direito Digital, Compliance e Governança, explica que este pode ser um indício de que seus dados serão vendidos. Segundo ela, os maiores riscos do vazamento vão além de ter empréstimos feitos por terceiros em seu nome. “Criminosos podem usar os dados pessoais para invadir sistemas e cometer uma série de crimes virtuais que podem fazer a vida da vítima virar um inferno em pouco tempo. Os riscos são inúmeros”, alerta.

 

Prática proibida

A especialista explica que o pedido do CPF no balcão cria uma falsa impressão de que descontos só serão aplicados mediante o fornecimento do dado, prática que contraria a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Estabelecimentos devem fornecer, proativamente, informações claras sobre como os dados serão utilizados, assegurando que o consentimento para o uso do CPF não esteja atrelado a benefícios. É preciso garantir que o consentimento seja uma escolha informada, e não uma moeda de troca”, observa.

O diretor comercial e de marketing da BrevenLaw, startup de compliance jurídico, Marcelo Pereira, explica que, antes de entregar seu CPF ou outras informações sensíveis, o consumidor deve questionar o destino dos dados e a segurança na guarda dessas informações. “Todo mundo quer pagar menos por um produto ou serviço, mas isso não pode acontecer às custas da sua segurança. Sempre questione o lojista sobre a possibilidade de descontos através de métodos alternativos de identificação”, comenta.

 

Saia do automático

Outro erro comum que compromete a segurança digital é o aceite automático dos termos e políticas dos sites. “Reserve um momento para realmente ler e entender o documento com o qual você está concordando. Ele pode te explicar como seus dados serão tratados – e você não precisa concordar com eles”, diz a advogada.

É preciso também estar atento ao preenchimento de formulários na internet. “Preste atenção em todas as perguntas feitas em formulários online e não informe mais que o necessário para cada ação. Se você não está fazendo compras, por exemplo, não tem motivo para informar os dados do seu cartão de crédito e o código de segurança. E nunca forneça senhas para nada”, ensina Pereira.

Um sinal de que você está prestes a cair em uma armadilha virtual é a gramática. “Há golpes visualmente bem construídos, que induzem as pessoas a acreditarem que estão em páginas oficiais para entregarem seus dados com facilidade. Mas se há um sinal inequívoco de golpe, é o português ruim. Isso é extremamente comum em fraudes”, conta Maria Heloísa.

 

Aumente a proteção dos dados pessoais

Quando fizer compras online e precisar incluir dados bancários, se certifique de que está navegando em sites seguros. “Procure por sinais como o cadeado HTTPS, considere o uso de VPNs e jamais preencha dados bancários ou sensíveis utilizando redes públicas, como o Wi-Fi do shopping ou da padaria. Esses ambientes são mais propícios a ataques e invasões”, orienta Maria.

Outras dicas dos especialistas são usar um gerenciador para criar senhas fortes e acessar plataformas que tenham autenticação em dois ou múltiplos fatores. “A cultura da proteção dos dados pessoais ainda está sendo construída no Brasil e é um exercício diário. Todos somos responsáveis pela nossa segurança digital, não podemos delegar essa tarefa às empresas ou aos órgãos públicos”, completa Maria Heloísa.

 

Fonte: 33giga.com.br

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