Habilidades femininas que são diferenciais na gestão dos Condomínios

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Estima-se que no Estado de São Paulo, 40% dos Condomínios são administrados por mulheres. E a tendência é que esse número aumente ainda mais, porque as mulheres estão descobrindo que contam com habilidades que podem melhorar a vida dos moradores.
A reportagem do Sindicond entrevistou três Síndicas, que relataram suas experiências à frente da gestão condominial, as dificuldades, os desafios e as conquistas.
Confiram as entrevistas e se inspirem:
Rosana Serroso de Souza, Síndica de um Condomínio na Vila Guilherme, na Capital Paulista
Síndica há quatro anos do Condomínio onde mora, que conta com 32 apartamentos, Rosana conta que assumiu o desafio após se aposentar. Ela queria ocupar o seu tempo em benefício do coletivo. Ela já havia acompanhado a atuação do marido, que havia sido Síndico em outro Condomínio e resolveu aceitar a proposta.
Rosana disse que os desafios na gestão são os mesmos para homens e mulheres, mas, confessa, havia uma mentalidade de que esse era um campo mais masculino. Daí a desconfiança em relação ao desempenho da mulher. Mas ela e outras síndicas demonstram que esse campo é promissor para o sexo feminino.
Essa percepção do predomínio dos homens na gestão estava muito vinculada o fato de a maioria dos prestadores de serviço nos Condomínios ser do sexo masculino.
Daí a importância de a mulher saber negociar e mostrar embasamento sobre o bem e serviço contratado. Por isso, sugere que as Síndicas estudem muito para fechar bons acordos. O conhecimento gera respeito.
Na opinião de Rosana, a mulher tem um olhar mais crítico e é mais exigente com relação à limpeza do Condomínio. E também se dedica bastante aos cuidados com o paisagismo e jardinagem.
Sem contar que é mais maleável e empática no trato com as pessoas. “Tenho ótima convivência com o pessoal da portaria, com os prestadores de serviços e com os condôminos”, contou Rosana.
Pela experiência de Rosana, as mulheres desenvolvem um trato mais agradável com os colaboradores, que se sentem mais acolhidos. Algumas das habilidades das mulheres são tratar os colaboradores com carinho e com empatia.
No caso dela, por exemplo, sempre verifica se os colaboradores estão precisando de alguma coisa, como as condições de conservação dos uniformes.
Rosana também sempre dá um agrado aos colaboradores, como uma rosa no Dia das Mulheres ou uma lembrancinha, com bombons.
Os aniversariantes do mês – moradores e colaboradores - também são sempre homenageados com cartões feitos até mesmo no computador. O que vale é a intenção.
Para Rosana, são todas essas pequenas atitudes de cortesia, solidariedade e empatia que tornam o ambiente de trabalho e a atmosfera no Condomínio mais agradáveis. Isso explica os elogios que recebe.
Denise Bittencourt, Síndica de um Condomínio no Campo Belo, na Capital Paulista
Ela foi Síndica deste Condomínio por 15 anos, depois fez uma pausa, e reassumiu a gestão há três anos. Denise administra um Condomínio com uma única torre, com 26 apartamentos.
Segundo Denise, a principal diferença na gestão entre homens e mulheres, comentada pelos próprios colaboradores, é a forma como lida com os colaboradores. “Somos incisivas, mas somos mais delicadas e atuamos com mais respeito. Eles se sentem mais felizes com o comando de uma mulher”, disse Denise.
Denise concorda com Rosana que as mulheres são mais detalhistas, especialmente focadas na limpeza, organização, pontualidade e cobrança.
Outro aspecto que Denise notou foi que as mulheres conseguem mediar bem os conflitos que surgem no Condomínio, pois são imparciais e apaziguam os ânimos.
Assim como Rosana, Denise também tem o hábito de reconhecer a iniciativa e o desempenho dos colaboradores, inclusive o zelador, que é um funcionário que trabalha há muito tempo e que é bastante engajado. Recentemente, recebeu uma bonificação. O zelador é praticamente o braço direito dela.
Outro aspecto que Denise nota é que os Condomínios administrados por mulheres são eficientes, porque elas dedicam mais tempo para a administração, o que ajuda a equilibrar a despesa e a receita. “A mulher administra o Condomínio como uma empresa”, afirmou Denise.
Outro ponto positivo é que mulher faz uma gestão compartilhada com os conselheiros. Ela disse que a mulher admite quando desconhece determinado assunto e busca informações daqueles que dominam o tema. Isso também melhora a gestão.
Sônia Flauzino de Almeida, Síndica de um Condomínio, em Americana
Síndica proprietária no terceiro mandato, Sônia admite que as mulheres têm conceitos e posicionamentos diferentes dos homens na gestão dos Condomínios. “Temos olhares diferentes com relação a detalhes, limpeza, bem-estar dos funcionários” disse Sônia.
A síndica de Americana concorda que as mulheres encontraram um campo de trabalho no qual podem atuar com extrema competência e coragem.
Além de todas as qualidades citadas pelas entrevistadas acima, que são muito valorizadas, Sônia também acrescentou a sensibilidade humana. “No nosso condomínio existe muitas pessoas idosos com várias necessidades. Isso para mim, como síndica, é muito importante, pois sou síndica proprietária”, afirmou Sônia.
Ela comentou que alguns homens não aceitam a advertência verbal e chegam até mesmo a ofendê-la por causa de sua conduta, mas ela mencionou que precisa cumprir o regimento interno.