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Os desafios para instalação de painéis solares em Condomínios

Os desafios para instalação de painéis solares em Condomínios

Imagem de prostooleh no Freepik

 

Cada vez mais os Síndicos e Síndicas e as Administradoras têm se preocupado com a sustentabilidade e a economia de energia elétrica nos Condomínios. Por isso, tem crescido a procura pela instalação de painéis fotovoltaicos para geração de energia própria, para ajudar a reduzir a conta de energia elétrica nos Condomínios.

O coordenador do Grupo de Trabalho de Geração Distribuída da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Guilherme Susteras, informou que o aumento do interesse pela energia solar é generalizado em todos os ambientes de negócios, seja na cidade e no campo. E nos Condomínios não é diferente.

"Os Condomínios têm se interessado cada vez mais, mas, em geral, esbarram em três grandes dificuldades. A primeira é a questão do caixa. Dificilmente Condomínios têm reservas de caixa para fazer grandes investimentos e é muito difícil também para o Condomínio conseguir financiamento em geral. Grande parte das vezes isso pode ser uma barreira, embora a gente já saiba que têm soluções. Os próprios fornecedores, os próprios instaladores, têm ofertas de financiamentos associados à economia da energia”, relatou Susteras.

A segunda barreira é o espaço. “Tem poucos espaços livres para instalação dos sistemas. Então, a gente tem visto instalação no topo dos prédios. Às vezes, quando os Condomínios têm edifícios garagens, no topo desse edifício garagem. Alguns poucos Condomínios têm usado a solução carport, que é cobertura da garagem com painel solar, mas ainda é uma solução cara”, informou o coordenador do grupo de trabalho.

A terceira barreira é a governança. Esses grandes investimentos requerem decisões por várias esferas. Precisa passar pelo Síndico, pelo Conselho e pela assembleia. Por isso, o tempo de decisão é muito demorado. E assembleias de Condomínios são um ambiente complexo de tomada de decisão.

O artigo 1.342 do Código Civil determina que “a realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às já existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da aprovação de dois terços dos votos dos Condôminos, não sendo permitidas construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por quaisquer dos Condôminos, das partes próprias ou comuns”.

Em virtude do volume de consumo das áreas comuns e as barreiras para encontrar uma área disponível para esse sistema, a solução acaba sendo a instalação de sistemas para compensar parte do consumo.

"Os Condomínios que conseguem vencer essas três barreiras fazem bom negócio, têm conseguido instalar esse sistema. E tem um conjunto de Condomínios que, para evitar essas barreiras todas, têm adotado a solução da geração compartilhada, a geração de energia por assinatura, que é aquela solução em que você recebe energia solar pela rede concessionária, sem precisar fazer nenhuma obra no seu próprio empreendimento, sem precisar fazer investimentos e contratos de longo prazo necessariamente para o seu empreendimento, e aí, com isso, você consegue se beneficiar dessa energia solar sem, necessariamente, passar por todas essas barreiras’, explicou Susteras.

O grande tema dos Síndicos é o controle do custo de energia, para ter previsibilidade, fugir de bandeira e de índices de reajuste muito acima da inflação.

Alguns Síndicos de Condomínios também têm adotado como missão a redução de emissões de poluentes na atmosfera. Alguns Condomínios, explicou Susteras,  querem zerar as emissões diretas e indiretas, porque estão preocupados com a sustentabilidade e a questão ambiental.

"A grande dica para os Condomínios interessados é, primeiro, fazer uma a avaliação das áreas disponíveis, garantir que as áreas estejam desimpedidas, que não tenham sombra, que tenham relativo acesso para a instalação, mas não relativo acesso para as pessoas interferirem no sistema. Aqueles que querem fazer o pagamento à vista, começar a fazer a reserva de caixa desde já e aquelas que vão tentar financiar começar a busca por fornecedores que tenham  essa opção de financiamento próprio. Outra dica é verificar se na área de concessão e de atendimento de energia do Condomínio já tem a opção da energia por assinatura, que talvez seja o melhor caminho, mesmo se, depois, o Condomínio resolva investir no sistema próprio, até que tenha sido feito esse investimento, até que essa decisão tenha sido tomada, até que o fornecedor seja escolhido, já dá para ir aproveitando a solução da energia por assinatura”, informou o coordenador do grupo de trabalho da Absolar.

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