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O que é inflação e como ela afeta o seu bolso

O que é inflação e como ela afeta o seu bolso

Imagem de Freepik

 

A inflação é uma palavra que assusta bastante gente, e com razão. Ainda mais em tempos nos quais os preços parecem não parar de aumentar. Mas o que é a inflação, exatamente? É possível evitá-la? O que acontece quando a inflação está muito alta – ou quando, por outro lado, os preços começam a cair? E o que ela significa para mim, que faço um financiamento imobiliário?

Nesse artigo, vamos te explicar o que é a inflação na economia, como ela funciona, de que formas ela afeta o cotidiano das pessoas e também como o financiamento imobiliário também é afetado por essa palavrinha tão presente no dia a dia. E, claro, vamos ver o que dá para fazer para se proteger contra as altas caso você financie um imóvel.

 

O que é inflação?

Para a gente entender o que é inflação (e deflação), vale começar de modo mais resumido: a inflação significa o aumento dos preços de categorias de bens e serviços importantes no dia a dia, de forma geral. São eles: alimentação, moradia, vestuário, transporte, saúde, despesas pessoais, educação e comunicação.

Se, por exemplo, durante um mês a inflação subiu 0,75%, é porque a média de todos esses preços subiu 0,75%. Porém, cada categoria pode variar: em 2021, por exemplo, a energia elétrica e os combustíveis subiram de forma mais agressiva, puxando para cima a inflação – mesmo que não necessariamente o resto dos preços tenha subido na mesma velocidade que esses dois “vilões”.

No Brasil, embora existam vários indicadores que ajudam a entender a variação de preços em escala nacional, o índice oficial da inflação no Brasil é o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA). Ele é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) todo mês, somando os resultados de várias regiões metropolitanas espalhadas pelo país.

 

O que é deflação?

Já a deflação é o processo contrário: ela acontece quando os preços, em vez de subirem, caem. A deflação pode acontecer de forma pontual ou como resultado de uma recessão econômica. Apesar de a queda dos preços parecer boa para todo mundo, uma deflação persistente é um reflexo de que a economia está encolhendo – com empresas vendendo menos, exportações em baixa e/ou atividade industrial mais fraca. É um sinal ruim!

Agora que a gente viu o que é a inflação (e a deflação), é hora de entender o que faz a inflação ficar mais alta.

 

Taxa de inflação elevada: o que isso significa

Apesar de a inflação ser um processo normal – quando ela está controlada, é um sinal de que a economia está crescendo de forma saudável -, a taxa da inflação pode ficar mais alta no curto prazo, gerando alguns probleminhas. Em especial, a sensação de aumento generalizado dos preços para a população, com o salário não sendo capaz de acompanhar as subidas mais fortes.

Algumas causas de uma taxa de inflação mais alta que o normal:

 

Maior demanda

Preços ficam mais altos quando a população está consumindo mais um determinado produto;

 

Aumento nos custos de produção

Quando fica mais caro produzir produtos e serviços que são importantes para a população – por aumento de impostos ou de fontes básicas para a economia (por exemplo, com a alta dos combustíveis e da energia elétrica em 2021, muitos produtos e serviços também encareceram porque dependem desses custos e tiveram que gastar mais com eles);

 

Diminuição da taxa de juros

Uma taxa de juros (como a gente vê na famosa Selic) mais baixa barateia o custo do crédito e de empréstimos, estimulando o consumo e a produção. Esse “aquecimento” da demanda também faz a inflação aumentar;

 

Emissão de papel-moeda

Quando o governo imprime mais dinheiro para pagar seus gastos, desequilibrando a relação entre dinheiro em circulação e a oferta;

Geralmente, uma forma de o governo conseguir controlar a inflação mais alta é aumentar a taxa de juros ou mantê-la estável em um patamar mais elevado, de forma a segurar a demanda por produtos e serviços de forma geral. Mas quando nem isso dá conta, com a inflação atingindo níveis muito altos, podemos chegar à situação chamada de hiperinflação – quando os preços saem de controle e corroem pesadamente o poder de compra.

 

Como fica o financiamento quando a inflação está alta?

Uma inflação elevada, que pode prejudicar o poder de compra do brasileiro quando os salários não acompanham sua alta, torna mais delicada qualquer decisão sobre o que fazer com o dinheiro – inclusive no financiamento imobiliário. Em momentos nos quais a inflação está alta, os diferentes indexadores de crédito imobiliário também podem estar passando por mudanças rápidas.

Com a inflação acumulada tendo batido a casa dos dois dígitos em 2021, o financiamento também sente. A inflação alta, que já significa uma elevação mais forte dos preços para o consumidor, também levou a um rápido aumento da taxa Selic para tentar segurar o IPCA. Isso também aumenta o custo de operações de crédito como empréstimos e financiamentos.

Para quem financia um imóvel, quem mais sente esse baque é quem vinculou as parcelas do financiamento imobiliário ao IPCA. As altas na inflação, que em diferentes momentos ficaram na casa de 1% ao mês, também fizeram subir o custo das parcelas a serem pagas para arcar com a dívida. 

 

Financiamento indexado pela inflação: o que fazer quando o IPCA está alto?

Quem tem o financiamento indexado pela inflação sente o peso da alta do IPCA nas parcelas. Nesse caso, é interessante ver o quão viável é avaliar outras possibilidades, como atrelar o financiamento à TR.

Na prática, isso é possível ao negociar a mudança com o banco com o qual você financia. Não são todos que permitem essa troca. Em caso negativo, outra possibilidade é buscar a portabilidade do financiamento e a troca de banco/instituição financeira. Em último caso, existem já precedentes de buscar resolver a questão na Justiça.

Mas independente de ter o financiamento indexado pela inflação ou pela TR, por exemplo, vale avaliar se qualquer mudança que hoje parece valer a pena também será vantajosa mais à frente. Vale pesquisar e questionar: será que a inflação continuará alta? Vale a pena fazer uma troca por outra modalidade que pode estar mais cara daqui a um tempo? Como ficará a amortização? Meu prazo de financiamento torna uma troca do tipo viável?

 

Planejamento cuidadoso garante tranquilidade no financiamento do seu imóvel

Quando a gente financia um imóvel, sempre pode se surpreender com o quanto o Custo Efetivo Total do financiamento é capaz de variar. Fazer escolhas em termos de prazos, amortização e indexadores nem sempre é fácil, quanto mais em tempos nos quais a economia passa por dificuldades – mas ser acompanhado por especialistas ao longo do processo facilita todas as decisões.

 

Fonte: portal.loft.com.br

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