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IA torna mais assertiva a Gestão de Condomínios

IA torna mais assertiva a Gestão de Condomínios

Imagem de Freepik

 

As ferramentas de inteligência artificial (IA) vêm, aos poucos, despertando o interesse de quem trabalha com a gestão de condomínios. Chatbots, sistemas de reconhecimento facial e câmeras inteligentes capazes de gerar informações sobre o fluxo de pessoas têm tornado a rotina de moradores mais segura e possibilitado mais agilidade a administradores e síndicos na adoção de ações corretivas e preventivas nos edifícios.

A Apsa está apostando no desenvolvimento de sistemas próprios de inteligência artificial para tornar mais fácil e assertiva a administração dos mais de três mil condomínios que tem na carteira. A empresa quer colocar em prática um sistema que faz a leitura de documentos, como atas de assembleias e convenções de moradores, além de agregar dados relevantes sobre a legislação imobiliária.

A ideia é que os síndicos possam acessar as informações por meio de um ChatGPT. Para o diretor executivo da administradora, Edgar Pochetsky, o recurso de IA vai trazer mais comodidade e rapidez ao atendimento de clientes.

— Imagine a quantidade de atas de assembleias que tem um condomínio com mais de 50 anos! Com a tecnologia, a interpretação e o acesso a esses documentos serão muito mais fáceis. Questões como o quórum necessário em assembleias em que será discutida uma obra de melhoria no edifício, por exemplo, poderão ser respondidas rapidamente — exemplifica.

O sistema também poderá abarcar informações como despesas recorrentes, contratos com fornecedores e gastos com manutenção. Com base nesses dados, será possível prever custos e controlar a renovação de contratos. Segundo Pochetsky, que tem percebido mais interesse dos gestores por tecnologias que gerem eficiência e economia de custos, será uma mão na roda para os síndicos.

— A inteligência artificial já é muito utilizada para garantir segurança aos condomínios. Há muitas soluções no mercado capazes de tornar os residenciais mais seguros. Câmeras que percebem quando há alguma movimentação fora do normal no edifício, além da leitura de placas de veículos, já são relativamente comuns — afirma o diretor da Apsa.

O advogado especialista em Direito Condominial Thiago Badaró ressalta que o uso de ferramentas de inteligência artificial em condomínios ainda engatinha no Brasil. O mais comum é encontrar a tecnologia em portarias eletrônicas, que recorrem a equipamentos de reconhecimento facial para controlar entrada e saída de moradores e visitantes.

O ChatGPT, afirma ele, é a solução que vem se popularizando na gestão condominial para fornecer aos moradores informações como horários de funcionamento de áreas comuns, reservas de espaços e dados sobre serviços. Os assistentes virtuais também podem ser aliados nas tarefas rotineiras dos síndicos, como a organização de pautas de assembleias ou a elaboração de comunicados para os moradores.

—Soluções baseadas em inteligência artificial também podem auxiliar nos processos de manutenção do condomínio, uma vez que são capazes de identificar, por exemplo, os ambientes comuns que recebem maior fluxo de pessoas. São espaços que normalmente necessitam de mais reparos e manutenções preventivas em equipamentos. A gestão do síndico, portanto, pode ficar bem mais assertiva — explica o advogado.

O responsável pelo Marketing e pela TI da administradora de imóveis Precisão, Guilherme Muller, diz que a tecnologia de inteligência artificial funciona através da observação de padrões. Se algo foge ao comum, o sistema faz um alerta.

— Quanto mais a solução é munida de dados, mais conhecimento é adquirido e mais assertiva fica a previsão de problemas futuros. Isso pode gerar diversos benefícios tanto para os síndicos, que conseguem prever desde a necessidade de manutenções até inadimplências, quanto para os moradores, que se sentem mais seguros dentro dos condomínios — conclui Muller.

 

Segurança é uma preocupação constante

A inteligência artificial tem sido usada cada vez com mais frequência por empresas do mercado imobiliário. Há construtoras estudando como as soluções baseadas nesse tipo de tecnologia podem ser aplicadas em empreendimentos do segmento econômico.

O desafio é o custo. Para Letícia Valente, gerente de Marketing da CTV Construtora, é importante avaliar bem qual é, de fato, a demanda dos clientes.

— O objetivo é conseguir casar o benefício e a funcionalidade com o que o cliente procura no empreendimento. A empresa está fazendo uma pesquisa para avaliar isso, e acredito que em breve podemos ter algumas novidades nesse sentido — comenta.

Ela observa que há uma demanda importante em torno da segurança dos condomínios, um tema recorrente e sempre lembrado por quem está comprando a primeira casa própria. Nesse quesito, afirma a gerente, estão no radar tecnologias como leitura facial, fechaduras biométricas, sensores de presença e câmeras com uso de inteligência artificial.

— Os dispositivos de segurança não são uma novidade, mas têm se tornado mais eficazes com o uso da tecnologia — avalia Letícia, acrescentando que sistemas inteligentes também ajudam a administrar recursos de forma eficiente, evitando desperdícios de água, energia, gás e luz.

 

 Fonte: extra.globo.com

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