Como valorizar os espaços comuns nos Condomínios

Imagem de evening_tao no Freepik
O papel do síndico hoje vai além de apagar incêndio, literalmente, ou resolver questões urgentes, como problemas hidráulicos e elétricos, entre outros.
Ele pode estar integrado às novas possibilidades de uso dos espaços comuns do condomínio para trazer bem-estar e maior usabilidade aos moradores.
Hoje, as construções oferecem diferenciais, como sala de coworking, área de lazer diferenciada, e outros serviços no conceito colaborativo.
Além disso, pesquisas apontam que a reforma no condomínio pode valorizar em até 20% a unidade, considerando que o investimento para as melhorias nas áreas comuns é de no máximo de 5%, dependendo do número de unidades e tamanho da reforma.
Diante dessa nova tendência, o síndico pode recorrer a profissionais capacitados para fazer um planejamento a longo prazo que atenda esse novo conceito.
Segundo a arquiteta Tatiane Matsuo, sócia-fundadora da Niwarq Projetando Harmonia, os empreendimentos menores de 70 metros quadrados estão passando por transformações na concepção de área comum.
“Hoje, existem modelos de apartamentos bem pequenos, de 35 metros quadrados, sem área de serviço, por exemplo. Dessa forma, muitos condomínios estão dando vida a espaços comuns antes não utilizados onde as pessoas possam compartilhar área de lavanderia, de depósitos, entre outros, como se fossem uma extensão da sua residência”, explica.
A tendência é tornar o condomínio o mais próximo das necessidades dos moradores de maneira colaborativa.
“Já existem áreas reservadas com ferramentas e utensílios, que podem ser compartilhados para o uso de todos os moradores. O local ainda serve para desenvolver trabalho manual rápido, sem sujar o apartamento e sem nenhum risco de quebrar alguma coisa. Esse tema colaborativo chega muito forte nos condomínios”, comenta a arquiteta.
COWORKING
Muitos prédios já dispõem de salas de coworking, salas de reuniões e tudo que proporcione uma configuração para o morador usufruir fora do seu apartamento. Na área de lazer, além de playground, muitos prédios já contam com sala de jogos diferenciada, com geladeira, TV e demais itens para deixar o ambiente mais próximo a um bar, com o objetivo de reunir amigos sem precisar alugar esses itens.
“Os condomínios estão vindo com diferenciais, com novos usos para as áreas comuns dependendo do conceito do edifício e do perfil de moradores. Assim há muitas questões importantes na hora de fazer uma reestruturação nas áreas comuns. Nosso trabalho é ajudar o síndico a ter um novo olhar em relação ao condomínio e estabelecer um cronograma de implementação para que ele possa se planejar e prestar mais atenção no que o condomínio precisa e, ao mesmo tempo, dar vazão a urgências”, explica.
PERFIL
O planejamento deve considerar o perfil da construção e do público. A arquiteta lembra que, em um edifício onde as pessoas costumam morar por bastante tempo e têm muitas crianças pequenas, é preciso pensar numa perspectiva de cinco a dez anos, quando essas crianças forem adolescentes. Nesse perfil é possível incluir, no planejamento a médio prazo, o investimento em algum uso pensado para esses jovens por exemplo.
No caso de o prédio ter um público na sua maioria idoso, a arquiteta recomenda a necessidade de se estabelecer um cronograma mais cuidadoso, como atenção aos materiais que são utilizados nas áreas externas para evitar quedas, seguir normas técnicas para especificar esses materiais, assim como atenção a acessibilidade, entre outras questões.
Diante das novas tendências e estilos de aproveitamento de espaços nas moradias, o síndico deve ter um planejamento bem estruturado, com a ajuda de profissionais capacitados para além de valorizar ainda mais o imóvel, trazer usabilidade aos moradores para que possam usufruir do patrimônio deles.
Vale lembrar que toda sugestão de alteração precisa passar pelos condôminos, provavelmente por meio de uma assembleia extraordinária, onde as mudanças serão propostas e os condôminos poderão votar a favor ou não delas e tudo também dependerá de um orçamento pré-estabelecido, orçado e aprovado por todos.
Para informações mais detalhadas sobre os tipos de intervenções e aprovações é necessário consultar também a prefeitura do município.
Fonte: arquiteta Tatiane Matsuo